quinta-feira, 27 de maio de 2010

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Relatorio da Reunião ( com material de Natalia e Carolina)

Reunião GT OMMM , 06 maio de 2010 .

A reunião ocorreu na sala 21 do prédio de História e Geografia contando com a presença dos seguintes pesquisadores:, Karin Fusaro, Natalia Nahas Carneiro Maia, Carolina de Sá Ribeiro, Marcelo Silva de Freitas e Cila Lima .
Textos discutidos : Ibn Warraq, Why I am not a Muslim. New York: Prometheus, 2003 (1995,1st).pag.86-103,(Ch.4:“Muhammad and his message”). Robert Spencer, The Politically Incorrect Guide to Islam and the Crusades. Washington, D.C.: Regnery, 2005.
pp. 19-63 (cap.. 2: The Qur’an: Book of War, 3: Islam: Religion of War, e 4 Islam: Religion of Intolerance”) e pp. 221-231(Ch. 18: “The Crusade we must fight today”).
Apresentações: Carolina de Sá Ribeiro sobre Ibn Warraq e Natalia Nahas Carneiro Maia sobre Robert Spencer.
Resumo da discussão:

Ibn Warraq
• Pseudônimo (adotado em 1995) de um autor de pais muçulmanos, nascido na Índia (britânica) em 1946, mas que cresceu no Paquistão.
• Fundador do Instituto pela Secularização da Sociedade Islâmica. Seus trabalhos analisam a historiografia sobre o Alcorão e Maomé.
• As fontes o citam como agnóstico e partidário da idéia de que o Islã pode ser reformado. (Afirmação última que pode ser colocada à prova na medida em que suas posições parecem bastante extremadas, no sentido anti-muçulmano.)
Why I am not a Muslim?
• Cita uma série de estudiosos familiarizados com as fontes árabes: Margoliouth, Hurgronje, Lammens, Caetani / Cook, Crone, Wansbrough / Sprenger, Noldeke, Muir.
• O primeiro trabalho crítico sobre a vida do Profeta é de Gustav Weil (1843) o qual afirmava que Maomé sofria de epilepsia.
• Life of Mahomet – Muir (1856-61 - 4 vols.): baseia-se nas fontes muçulmanas originais. Dividiu a vida de Maomé em dois períodos: Meccan period e Medinan period. (Marca a história acerca da vida do Profeta, uma vez que os estudos posteriores serão tributários a essa divisão em dois períodos.)
• Meccan period: Maomé era motivado pela religião e buscava a verdade. / Medinan period: Maomé é corrompido pelo poder e ambições mundanas. (p. 87) A passagem de um a outro implica um juízo de decadência: de liberdade para intolerância; de persuasão para força.
• Citação emblemática: “Muir went on to say that so long as the Koran remained the standard of belief, certains evils would continue to flow: polygamy, divorce, and slavery strike at the root of public morals, poison domestic life, and disorganize society (...)” (p. 88)
• Caetani – em Medina Maomé tem consciência de sua superioridade, como se a Deus fosse dado um papel secundário, de auxílio do Profeta.
• Citação tendenciosa de Caetani: “(...) he [Maomé] was a member of a still half-savage society, deprived of any true culture, and guided solely by instintcs and natural gifts which were decked out by badly understood and half-digested religious doctrines of Judaism and Christianity.” (p. 88-89)
• Margoliouth – processo das revelações confirmam, possivelmente, epilepsia. / Sprenger – aparentes ataques de epilepsia são a chave para o caráter de Maomé.
• Franz Buhl – em Medina se revela o seu caráter não-atrativo em atitudes que compactuam com a idéia de ‘os fins justificam os meios’. Mas Buhl acredita que um idealismo anterior (Meccan period) se mantém mesmo remotamente em Medina. (p. 90)
• Na relação entre muçulmanos e judeus cita três diferentes posições que dividem os historiadores modernos: 1. Os que condenam o tratamento dado aos judeus pelos muçulmanos, e com os quais provavelmente Warraq concorda em vista da frase: “Those still left with a robust sense of right and wrong, historians (...) have condemned the savage tratment.” (p. 96) / 2. Os apologistas que exoneram totalmente o Profeta. / 3. Os relativistas que afirmam não de poder julgar outra época pelos padrões atuais.
• Warraq detém-se, principalmente, na argumentação dos relativistas, retirando-lhe (ou, pelo menos, tentando) a legitimidade. Pontua-se: ilógica inerente ao relativismo que clama uma verdade absoluta em sua proposição; se não se pode julgar outras épocas de forma negativa, também não se pode de modo a favorecê-la ou elogiá-la; é impossível escrever História em termos neutros; a idéia de que não se pode culpar uma pessoa por agir de acordo com o contexto de sua época é errônea uma vez que destitui o indivíduo de sua responsabilidade e imputa-a no período; é absurdo que não existisse a noção de bem e mal na Arábia do século VII.
• Por fim pretende provar um desvirtuamento moral (ou sexual) do Profeta citando o caso da esposa de seu filho adotivo, Zaynab, com a qual Maomé casa-se, e o caso da rebelião no harém em vista das relações do Profeta com a empregada de uma de suas esposas, Mary.
THE POLITICALLY INCORRECT GUIDE TO ISLAM – Robert SPENCER

Altamente avesso ao Islam, ao invés de atacar aos árabes muçulmanos em geral, como é mais comumente registrado, Spencer analisa as escrituras sagradas islâmicas, aliadas à exemplos históricos, que somente legitimariam a violência terrorista contemporânea.

 A carreira de Mohammed foi marcada por sangue e belicosidade. O Corão é igualmente violento e intransigente. É único entre as escrituras sagradas que aconselha seus fiéis a travar uma guerra contra os infiéis.
 Jihad é estar no campo de batalha, é o dever mais elevado de um muçulmano, levando à salvação. Jihad fi sabil Allah se refere especificamente a pegar em armas pelo Islam.
 Caso os idólatras se convertam ao Islam, ou paguem o zatak (contribuição dos muçulmanos) e a kizya (taxa aos não muçulmanos) a ordem é deixá-los em paz.
 Corão comanda os muçulmanos a travarem guerras com judeus e cristãos.
 É impossível espiritualizar os versos. Mohammed queria dizer estes versos de forma literal (registro histórico).
 É um mito que o Islam ensina tolerância e paz.
 Mito que a tomada de armas é somente em legítima defesa. Refutado uma vez que os fiéis são instruídos, após início do combate, a lutarem até o estabelecimento da hegemonia islâmica.
 Cancelamento dos versos no Corão: Os primeiros versos, de Mecca, mais tolerantes, são revogados pelos de Medina, posteriores e menos poéticos, mais violentos e intolerantes .
 Não há nada na Bíblia que se equipare as exortações islâmicas à violência. Mito refutado.
 O uso das passagens por Bin Laden é consistente com o entendimento tradicional. Judeus e cristãos modernos lêem seus textos sem interpretar as passagens como exortação à violência, e no islamismo o Corão é letra morta, e não existem séculos de tradição interpretativa os afastando do literalismo, como no ocidente.

 Ensinamentos de guerra não são pequena parte da religião, centralidade da jihad violenta no Islam. Promover a causa de Allah é a melhor ação de um crente. O foco de muitas das hadiths é também a guerra.
 Aos não-muçulmanos são oferecidas três escolhas: Conversão (convite) / Subjugação (Jizya) ou Guerra. Caso algumas das opções sejam acatadas, não se pode fazer mal ao inimigo. Jizya faz parte de um sistema de humilhação, inferiorizando não muçulmanos.
 A Jihad violenta contra infiéis não é doutrina marginal ou relíquia histórica: ainda é ensinada e um elemento constante da teologia islâmica majoritária – não é questionado ou relevado por seus fiéis.
 O Islam não é uma religião de paz que foi seqüestrada por uma pequena minoria de extremistas. Ao melhor, é uma religião de paz quando todos se tornarem muçulmanos, ou sujeitos ao Estado Islâmico.
 Guerra contra os infiéis não é uma deturpação do Islam – é repetidamente afirmada no Corão, ahadith, nos exemplos de Mohammed e nas leis islâmicas. Muçulmanos que procuram promover uma religião moderada, além de não existirem em números significativos, têm base teológica fraca, ou não falam o árabe. Onde muçulmanos e não muçulmanos coexistem pacificamente não é porque os ensinamentos foram reformados ou rejeitados, mas porque foram simplesmente ignorados, podendo, porém, ser relembrados à qualquer momento.

 Lei islâmica estabelece status de segunda classe para Judeus e Cristãos.
 O dogma inquestionável da tolerância islâmica ajuda a perpetuar a noção falsa de que o terrorismo islâmico é oriundo de queixas políticas e desequilíbrios econômicos.
 Dhimma: de acordo com as leis islâmicas, cristãos e judeus são dhimmis (protegidos ou culpados). Protegidos, pois por serem povos do livro, se diferenciando, portanto, dos pagãos e idólatras. E culpados, pois rejeitaram Mohammed como profeta e distorceram as legítimas revelações. Sob Estados islâmicos devem ter status inferior aos muçulmanos, vivendo sob fortes restrições e opressão. Exemplos de Dhimma: intolerância histórica e Sharia.
 Bin Laden e outros wahabitas são mencionados como figuras que ainda defendem o status de inferioridade à judeus de cristãos. Dhimma ainda é aplicada onde há sharia: Ira e Arábia Saudita. Além disso, não é algo do passado: está sempre presente nos livros dos muçulmanos.
 Idéia de que Judeus viviam melhor nas terras muçulmanas que na Europa Cristã é falsa.
 O Islã também denigre e desvaloriza as culturas pré-islâmicas de seus próprios países.

 Islamização crescente da Europa: através da imigração massiva e políticas oficiais de acolhimento, abdicação cultural da Europa. Mesmo cenário é anunciado para os EUA.
 Não se trata de uma guerra entre cristianismo e islamismo, mas um reconhecimento geral de que já estamos em guerra, e que o ocidente deve se defender, ao invés de se desculpar. A guerra contra sharia é a favor dos direitos humanos, originários do ocidente e negados pelo islam.
 Recomendações aos Estados Unidos: Identificar o inimigo / Suspender imediatamente toda forma de ajuda a qualquer país que apoiar o terrorismo e até que garantam igualdade total de direitos a qualquer cidadão não muçulmano / Reconfigurar todas as alianças globais nas mesmas bases - relações requer renúncia à jihad / Cultivar relação mais estreita com países vitimas da Jihad / Encontrar fontes alternativas de energia / Cidadania Informada: ler o Corão / Reportar ativistas responsavelmente sem medo oficial de vitimizar os muçulmanos / Reclassificar organizações religiosas muçulmanas/ Ter orgulho da cultura ocidental. Extirpar o ethos multiculturalista dos livros de escola / Ocidentais não são vilões, mas vítimas, dispostas a matar para defender suas famílias e casas como numa cruzada.
Pauta para próxima reunião

A reunião esta marcada para o dia 03 de junho as 19:30 na sala 21 do prédio de história e esta prevista a discussão do texto Oriana Fallaci : Rage and Pride. Disponível em : http://digilander.libero.it/september11/Oriana%20Fallaci.htm. A apresentação deste texto ficara a cargo de Claudia Crescente.